Neste artigo aprenderemos sobre a configuração de balança no software.
Para começar, assim como muitos recursos do sistema, a integração com balança é algo disponível apenas em alguns segmentos.

Dependendo do segmento no cadastro da empresa os campos e recursos podem ficar ocultos. Você encontrará o recurso no segmento de lojas e comércios, e nos segmentos relacionados a alimentação, como padarias, lanchonetes, pizzarias, casas noturnas, etc…

A primeira configuração é feita no próprio produto:

No cadastro do produto, na aba ESTOQUE / NEGÓCIO, há um campo PESADO NA BALANÇA:

Nele verá as opções:
- NÃO INTEGRADO: é a opção padrão, e indica que não é integrado com balança, ou seja, o sistema não faz nada relacionado a balança com este produto;
- LER PESO DA BALANÇA: ao adicionar o produto no PDV o sistema vai tentar ler o peso na balança, se você configurou ela em ajustes locais (veremos mais abaixo);
- LER ETIQUETA COM PESO: o sistema vai interpretar a etiqueta impressa na balança, é usado quando sua balança tem etiquetadora;
- LER ETIQUETA COM UNIDADES: é igual ao de cima, mas neste caso o produto não é vendido por peso, mas sim por unidade. O balconista digita as unidades na balança quando passa o produto, em vez de pesar ele.
As duas últimas opções na verdade são úteis para gerar o arquivo de balança que será lido pelo software do fabricante, e também para o sistema saber se o produto é pesado ou em unidade (isso afeta um pouco o comportamento dele).
Uma vez configurado os produtos, de tempos em tempos você vai gerar um arquivo para o software do fabricante, uma vez que nosso programa não consegue enviar a lista de produtos direto para a balança, até por limitação dos próprios fabricantes.
Para gerar o arquivo, vai clicar em AÇÃO, e em GERAR ARQUIVO PARA BALANÇA. Não precisa se preocupar em pesquisar antes, o próprio sistema vai filtrar os produtos automaticamente.

Uma tela será aberta, onde você indica a marca/modelo do software do fabricante, e o caminho onde os arquivos serão salvos. Clique em OK quando terminar:

Se deu certo verá uma mensagem informando que os arquivos foram gerados. A partir daí você vai no software do fabricante e importa eles. O procedimento aí varia de acordo com o fabricante, pode consultar o suporte deles se tiver dúvidas neste momento.

Configurado o produto, o próximo passo são os ajustes. Se você tem balança etiquetadora, vá em AJUSTES GLOBAIS:

E procure pela configuração com identificador código C0039. Nela você monta um texto para ajudar o programa a interpretar o código de barras na etiqueta impressa pela balança.

Existem dicas na própria tela, mas vamos ajudar a entender melhor. O código impresso na balança será sempre um EAN 13, ou seja, com 13 dígitos. Sendo assim, o texto configurado terá pelo menos 13 caracteres, sendo:
- A: representa uma posição a ser desconsiderada;
- P: representa uma posição referente ao código do produto;
- Q: representa uma posição referente ao peso ou quantidade, depende da configuração da balança;
- $: indica que Q é o preço. Caso omita o sistema considera que Q é a quantidade;
- #: indica que Q tem 3 casas decimais. Caso omita o sistema considera que Q tem 2 casas decimais;
- E: indica a considerar zeros à esquerda em P;
- D: indica a considerar zeros à direita em P.
Vou direto para a ignorância e dizer isso: na maioria dos casos, #APPPPPPQQQQQA ou $APPPPPPQQQQQA é a configuração que vai usar. Isso porque é normal que o primeiro e último dígito dos códigos seja controle, os 6 dígitos após o primeiro sejam reservados para o código do produto, e os 5 seguintes para o peso ou preço. Lógico, pode variar, mas em geral é isso.
Vamos entender isso com dois exemplos práticos. Imagine que tenho um produto chamado PÃO FRANCÊS, cujo código que inventei é o 879, e o preço do KG é R$ 9,00.
Primeiro exemplo: ao imprimir a etiqueta saiu com peso de 371g e código como 2000879003341 (desconsidere se o dígito final estiver errado, é um exemplo). Se formos quebrar este código, poderíamos fazer isso: 2 000879 00334 1, onde:
- Os dígitos 2 e 1 em laranja são controles, serão descartados;
- 000879 é o código do produto;
- 00334 é o preço do produto. Sabemos que não é o peso, pois o peso é 371, então só pode ser o preço. Aliás, o preço deve estar impresso na etiqueta, então você vai ver que é fácil identificar.
Lembra daqueles dois códigos que passei lá encima? Então, neste caso usaríamos a configuração $APPPPPPQQQQQA. Cruzando com o código:
2 000879 00334 1
$A PPPPPP QQQQQ A
Notou o cifrão no início? É ele que determina que Q é o preço, e não o peso. Quando ler este código, o sistema sabe que você vendeu o produto 879 por R$ 3,34, então ele calcula a quantidade usando o preço unitário: 3,34 / 9,00 = 0,371 (aproximadamente). É assim que a “mágica” acontece.
Segundo exemplo: ao imprimir a etiqueta saiu com peso de 371g, mas o código saiu como 2000879003711 (desconsidere se o dígito final estiver errado, é um exemplo). Se formos quebrar este código, poderíamos fazer isso: 2 000879 00371 1, onde:
- Os dígitos 2 e 1 em laranja são controles, serão descartados;
- 000879 é o código do produto;
- 00371 é o peso do produto. Sabemos que é o peso pois é o mesmo impresso na etiqueta.
Lembra daqueles dois códigos que passei lá encima? Então, neste caso usaríamos a configuração #APPPPPPQQQQQA. Cruzando com o código:
2 000879 00371 1
#A PPPPPP QQQQQ A
Notou o sustenido no início? É ele que determina que Q é tem 3 casas decimais. A ausência do cifrão indica que não é o preço, mas sim a quantidade. Quando ler este código, o sistema sabe que você vendeu 371g do produto 879, então ele calcula o preço, como faria se você digitasse a quantidade manualmente. Precisa ter 3 casas decimais porque você nota que as 3 saíram na etiqueta.
Se for preciso, pode usar cifrão e sustenido juntos, mas é incomum. Você pode a até ter uma configuração assim: DE#$APPPPPPQQQQQA. Os caracteres que instruem configurações ao sistema (D, E, #, $) são removidos durante a leitura.
Em ambos os exemplos você vai notar uma coisa: 000879 virou 879. Isso acontece porque, por padrão, o sistema remove os zeros antes e depois. A balança precisa completar o espaço que sobrou com zeros para dar os 13 dígitos, o mesmo vale aliás no preço ou quantidade. A etiqueta poderia até sair assim:
2 879000 00371 1
Ou assim:
2 008790 00371 1.
Em todos casos ele leria 879. Depende muito da configuração da sua balança. Por isso, recomendo seguir estas duas dicas:
Primeiro: não coloque zeros antes ou depois do código. Exemplo: 0879, ou 8790, ou 87900, ou 08790. Como o sistema elimina códigos ele não enxergará estes produtos. Dá para instruir para que ele não elimine? Dá, usando os marcadores D (para zeros à direita) e E (para zeros à esquerda), mas dá muito mais trabalho configurar, e aí é recomendável todos os códigos terem a mesma quantidade de dígitos.
Segundo: procure fazer com que todos os códigos tenham no mínimo 4 dígitos. O motivo aqui é simples: se você tem um cadastro grande, com muitos produtos, e tem produtos de balança com código 1, 2, 3, 34, 35, 78…, há uma grande chance de o código gerado pela balança coincidir com o de um produto que realmente existe e tem este código. Nestes casos o sistema vai registrar venda deste produto que existe, em vez do produto pesado. A prioridade do sistema é encontrar um código que seja 100% igual ao que está tentando passar, e só se não encontrar ele tenta decodificar este código como sendo de balança. Por exemplo, se a balança gerar um código 1789000000230, e existir um produto com este código, o sistema vai vender o produto “1789000000230”, e não o “789”.
Para finalizarmos a configuração, finalmente vamos a pesagem. Se você tem balança conectada na porta serial do computador, vá em AJUSTES LOCAIS:

Na aba HARDWARE, clique em CONFIGURAR dentro da seção BALANÇA:

Você verá esta tela:

Marque o primeiro campo (ler peso…), escolha o modelo e a porta. Esta é a configuração mínima, e geralmente é o suficiente. Os demais campos até o campo anterior ao “aguardar” são configurações da porta, geralmente não precisa mexer, mas estão aí para casos onde precise. E o “Aguardar” é para indicar o tempo que o sistema fica esperando retorno da balança, geralmente o tempo padrão é suficiente.
Tem dois campos no final, para posição inicial e final. Em alguns casos a balança pode retornar um texto com o peso, e o programa não conseguir interpretar. Neste caso você pode ver a posição onde começa e termina o peso no texto e ajustar estes 2 campos, para “ajudar” o programa a entende-lo.
Finalizando tudo, um exemplo de venda feita no PDV. Neste exemplo, estou vendendo um produto código 22, por R$ 8,97:

Ao passar aquele código da imagem acima, teremos este resultado:

E é isso. Caso sinta alguma dificuldade na configuração, principalmente daquele texto de leitura, entre em contato com nosso suporte. Se for uma dificuldade no texto, envie-nos uma cópia da etiqueta impressa, e o código de barras e preço unitário que você tem registrado em seu cadastro em nosso sistema.